segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mais do mesmo.

                    - Estas viendo Vand, no tienes jeito.


     Todo que acompanhou o terceiro jogo da final do NBB ficou com a mesma impressão. Uma partidaça, com várias alternâncias de liderança, muitos chutes de fora, pouco aproveitamento e a correria de sempre do nosso querido basquete, que beleza.
     Ao término do jogo, como de costume, a torcida entrou na quadra do Nilson Nelson e protagonizou uma cena digna de espetáculo, de terror. É fato que, a essa altura, todos já sabem do ocorrido, já viram as imagens -que se explicam por si próprias- e já tem o veredicto, que deve ser o mesmo de Rubén Magnano: dessa forma, não tem jeito!
     Falando apenas no jogo, que deveria ser o intuito do post, vimos um típico jogo de final de campeonato. Marcação forte, jogo pesado e, só para não perder o milenar costume brasileiro, reclamações com a arbitragem. É impressionante como a cada partida, em qualquer esporte, a mídia, os jogadores, os torcedores e se duvidar até a bola tem reclamação sobre os árbitros. São os jogadores chorando por marcações a favor e contra, técnicos pedindo faltas aqui e ali, foi tamanha a reclamação que o chegou a fazer inveja ao Zé Boquinha.
     Quando restavam 6 segundos para o final da partida, Guilherme Giovanoni converteu os dois lances livres que tinha direito e Marcelinho teve a última chance para a esquipe carioca, porém sem sucesso. O jogo não foi perdido naquela bola, afinal o time do Rio já tinha voltado bola - boa Hélio- e perdido o rebote defensivo.  Essas jogadas, entretanto, não foram as causadoras da derrota e sim, somaram-se ao acúmulo de erros que acontecem entre um chute ou outro de 3 pontos nesse campeonato.
   De significativo, ficou a emoção não só no final como durante a partida toda e a participação do público. O problema é que ao final do jogo a participação foi além da conta. Estamos acostumados aos jogos em ginásios, que a torcida xingue, grite, cuspa e faça xixi na cabeça dos atletas e pela proximidade com a quadra o jogador profissional -sim, PROFISSIONAL- de basquete deve estar concentrado o suficiente para esquecer destes problemas e jogar normalmente. Não estou dizendo que é a coisa mais fácil do mundo, até porque escutar o tempo todo sua querida mamãe sendo mencionada, juntamente com a sua masculinidade não é tranquilo, mas vamos imaginar que estes jogadores já passaram por essas situações diversas vezes e numa final de campeonato saberão lidar com o ocorrido, pois é não souberam.
     Para se ter uma ideia, o que a televisão mostrou não foi tudo que de fato ocorreu, tem mais um pouco. Eu achei um vídeo logo após a partida, que também está no site do Bala. A gravação é feita por um torcedor da arquibancada e mostra muito bem o que não passou totalmente ao vivo. Vejam só.
     O vídeo chega a ser assustador, porque em vários momentos dá para se notar a presença de muitas crianças, umas de colo principalmente, no meio da confusão. Fora o spray de pimenta, as latinhas voadoras, os bebados chatos, enfim, tudo aquilo que não deveria estar num ginásio de basquete, mas estava.
     Dentre mortos e feridos -Wagner, com o supercílio aberto no melhor estilo boxe- resta a NBB fazer o que seu presidente falou logo após o acontecido, ou seja, tomar medidas para coibir essas atitudes. Violência e esporte, no Brasil em particular, andam juntas pelo fato do brasileiro ser muito passional, emotivo, vibrante e um tanto sem noção, porém não cabe mais no cenário nacional uma cena como essas, seja no futebol, vôlei, basquete ou ping-pong. Apesar da violência ser muito mais cultural do que social, é preciso que haja medidas urgentes, afinal já que não dá para mudar o começo, pelo menos vamos mudar o final.

By: Leandro Lima

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