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Scola é tão bom que se faz de difícil para Giovannoni. |
O Mundial da Turquia será para o basquetebol brasileiro um divisor de águas. E o jogo contra a Argentina, na terça-feira, será "o jogo". Temos todos os ingredientes para um espetáculo em quadra, fora dela e em tudo que rodeia esse confronto. Vamos analisá-los:
Rúben Magnano: O técnico da seleção brasileira, como todos sabem, foi o comandante da então chamada 'geração de ouro' argentina. Campeão olímpico e vice-mundial, Magnano será o personagem mais importante do duelo, vencerá e perderá independente do resultado. É claro que o argentino é um profissional e tanto, por isso não vai relaxar ou fazer o Nezinho marcar o Scola, mas não esperem que ele boceje enquanto toca o hino da Argentina. O conhecimento que Rubinho, como é chamado pelos argentinos, tem dos atletas argentinos é sem dúvidas muito importante, apesar de jogadores argentinos e brasileiros se enfrentarem ao longo de muitos anos, inclusive em torneios importantes, fazendo com que as surpresas fiquem cada vez mais difíceis de serem feitas, porém se bem executadas farão um estrago.
Luis Scola: O melhor jogador de basquetebol FIBA. Ele está fazendo de tudo no torneio. Pontos (média de 29), rebotes (8,2 por jogo), tem 60% de acerto nos arremessos, isso mesmo SESSENTA por cento, é um líder do time dentro e fora de quadra, assumiu o papel de protagonista, só falta dançar com as bailarinas no intervalo porque até sósia do Loco Abreu ele é. Magnano já disse que está pensando em algo para frear o MVP do torneio até aqui, mas principalmente vai tentar diminuir sua efetividade no ataque. A melhor maneira, na minha opinião, é grudar o Varejão igual um carrapato cabeludo e desengonçado pra cima do Loco Abreu da bola laranja, com isso o nosso Vareja vai tentando roubar umas faltinhas de ataque aqui, uns erros ali, mas como Scola é um monstro e sabe pensar -sua orelha tá vermelha, Nezinho- ao longo do jogo ele vai arrumando brechas e formas de livrar-se dos piolhos do brasileiro, aí esperamos que Magnano tenha uma carta na manga. Dobrar a marcação é uma opção, mas dependerá de como os jogadores do perímetro argentino estarão, não podemos esquecer de Delfino que apesar de ser mais inconstante que as aparições do Ronaldo Fenômeno em partidas oficiais, pode estar num dia de sorte e aí as coisas complicariam. Fazer uma rotação nos jogadores que o marcam também será importante, mas fazê-los gastar algumas faltas em Scola pode ser perigoso já que o argentino tem 84% nos lances-livres, maldito! Sério, pra voce que é jovenzinho e sonha em ser pivô, dê uma olhada no que esse cara faz no garrafão, seus movimentos de pernas, fintas, giros, finalização com as duas mãos e, se der tempo, na chapinha do cabelo. A chave do jogo, no entanto não está somente nele e sim em como o pivô fará para envolver seus coleguinhas e a TPM de Delfino.
Marcelinho Huertas/Alex: Os dois brasileiros terão missões difíceis e igualmente importantes: ajudar o ataque, mas ao mesmo tempo parar Pablo Prigioni. Se a dupla Huertas/Splitter é entrosada, Prigioni/Scola é igual se não mais entrosada ainda. Os dois argentinos jogaram juntos no Tau Ceramica por quatro anos e jogam juntos a mais de 15 anos pela seleção. Prigioni tem 33 anos, por isso o veterano normalmente dita o ritmo do ataque hermano e da partida. Daí vem a importância do perímetro brasileiro, apesar de achar que Leandrinho vem atuando bem na defesa - o que fazem meus olhos acharem que é mentira as vezes- não acredito que ele seja o mais indicado para marcar o armador argentino. Marcelinho Huertas não é o melhor defensor brasileiro, mas quebra um galho e tanto, dessa maneira acredito que ele conseguirá segurar um pouco o ímpeto do ataque adversário, mas caso ele sobrecarregue-se com faltas ou mesmo não consiga defender Prigioni, quem será o encarregado é Alex. No amistoso que o Brasil fez na preparação para o Mundial, Alex marcou o armador e soube anulá-lo quando exigido. No começo, o escolhido é Huertas, com o tempo veremos quem será o marcador.
Fator banco: Por incrível que pareça, a seleção brasileira utiliza mais jogadores na rotação do time do que a argetina até o momento. Sem mencionar que os reservas estão indo muito bem, Marquinhos começou como titular contra os EUA, mas vinha de uma sequência de partidas saindo do banco, não se intimidou e mostrou serviço, outro jogador que sai do banco e está ajudando muito a seleção é -cof cof- Marcelinho Machado. Sim, ele está mais velho, mais calmo, bem aproveitado pelo técnico Magnano e está me surpreendendo, um dia quem sabe direi isso à voce, Nezinho. Do lado Argentino o maior destaque é a volta de Fabrício Oberto que até então não participou das partidas pelo fato de estar doente, deve ter tomado uma água batizada, afinal a Argentina é campeã nisso aí. Com Oberto entrando na rotação do garrafão argentino, Scola terá um companheiro que mesmo baleado poderá ajudá-lo na marcação de Splitter e eventualmente nas infiltrações de Leandrinho e pick-and-rolls de Huertas/Splitter.
Bom, resta-nos esperar por essa que será, sem dúvidas, a partida mais equilibrada dessa segunda fase do Torneio. Para os patriotas terá um gostinho especial, já que será o dia da Independência do Brasil e o jogo será de vida ou morte. Enfim, os clichês e trocadilhos são muitos mas de uma coisa é certa, caso o Brasil vença será finalmente a independência do rótulo de freguês dos argentinos e um passo adiante para a morte, em torneios internacionais, da mais espetacular geração do esporte argentino.
By: Leandro Lima
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